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domingo, 1 de dezembro de 2013

Cascavelenses esperam decisão Judicial



            “... Diante de ti ponho a vida e ponho a morte. Mas tem que saber escolher, se escolhe matar, também morrerás, se deixa viver também viverás. Então, viva e deixa viver” (Pe. Zezinho).
            Há na cidade das cobras um considerável número de olhares e interpretações acerca do pedido de cassação do prefeito. Assim sendo, angustiados e afoitos, sujeitos vivem a experiência de calvário enquanto esperam o veredicto final do Tribunal Superior Eleitoral de Brasília (DF) sobre quem figurará na dianteira do Paço municipal nos próximos anos.
            Sistemicamente a decisão deste emaranhado atinge a todos os munícipes e, de modo especial, os detentores de cargos comissionados. Nestes momentos é provável que aflore o sentimento de impotência entre aqueles acostumados com a vida promissora e regalada embaixo dos arremedos do poder narcisista. Prós e contras são medidos. “Quem vai chorar? quem vai partir?” (Raul Seixas).
            Uma coisa é certa. Aqueles que se encontram no “olho do furacão” agonizam perante as sombras da incerteza provocadas pela luz da verdade: “Ele é daqui”. Isto tudo nos lembra das descrições apresentadas por Ezequiel no seu livro pré-apocalíptico.
            Tal alegoria insere-se neste movimento que dinamiza o imaginário popular tão presente naqueles que acreditam na justiça e buscam libertar-se dos labirintos da escuridão construídos pela “política da causa própria”.
            Neste cenário de disputas se encontra na vitrine os personagens do time dos que estão no poder e que sabem o quanto é bom. É altamente compreensível que lutem com unhas e dentes para não perdê-lo. Todavia, ou passamos a entender o poder enquanto diaconia (serviço) ou continuaremos - enquanto cidadãos - reféns do poder corruptor do caráter, dos bons costumes, da ética.
Destarte, para além de todas estas disputas, o que precisa ser compreendido é que o ser humano é o centro de tudo, o elo perdido, a categoria central, o foco convergente. Do contrário a violência demente, macabra e suicida somente tende a aumentar.
            Sem adentrarmos em análises pontuais, com neutralidade, observa-se que enquanto o jogo é decidido nos bastidores muitos fazem a experiência do inferno astral. Enquanto isso, alheios a toda essa jogatina, encontram-se os eleitores, na sua maioria, submersos em tantos afazeres vivendo seus dias despercebidos e distantes destes ambientes que projetam intemperança, insensatez, discórdia, medo e falta de ágape.
            O que se passa na imaginação do cidadão que auspiciosamente foi levado a acreditar que vivia sob o manto sagrado da terceira melhor administração do Paraná? Sem compreender o funcionamento sincrônico e diacrônico entre os poderes executivo, legislativo e judiciário o eleitor pensa e reflete sobre os acontecimentos a partir das interpretações de fontes secundárias e terciárias.
            Em pé ou sentados, seres com holofotes ou anônimos, esperam. Eis que surge a espada da Justiça (fina e bem afiada) pronta para dividir e unir, ao decidir quem entra e quem sai do posto de maior prestígio da “cidade hospitaleira”.

Oxalá a decisão da Justiça seja suficientemente capaz de propiciar um exame de consciência coletiva e individual em função do fortalecimento da cidadania participativa.