Por meio dos serviços de informação
prestados por diversos setores de segurança os governos estavam conscientes das
manifestações a serem realizadas no dia 07/09/2013. Tanto no âmbito federal,
estadual e municipal elas simbolizavam uma preocupação inconteste. Não é por
acaso, que o prefeito da metrópole do Oeste no dia da independência se retira
para a Argentina. Eis uma boa maneira de ser independente.
O fato é que a história da sociedade
brasileira se estruturou em uma atmosfera de pouca participação no espaço da
política. Os papéis demarcados entre quem delega poder por meio do voto e os
que gozam do privilégio de serem eleitos nem sempre ocorre em benefício da
população. A política na atualidade encontra-se distante do seu dever ser: arte
de administrar a coisa pública em benefício de todos. Os eleitores parecem
simples objetos usados a cada campanha eleitoral para fins escusos. Obviamente,
caso nada seja feito, os politiqueiros de plantão continuarão a fazer do
dinheiro público a alegria da causa própria.
Inequivocamente vivemos um paradoxo
diante do avanço tecnológico e dos recursos que podem favorecer a independência.
Na sociedade atual é intolerável á falta de transparência com o dinheiro do
contribuinte, as contas adulteradas. Os escândalos de corrupção fragilizam o
sonho democrático. Como falar de independência quando o eleitor é brutalmente
desrespeitado?
Neste cenário, ficará cada vez mais difícil entoarmos
o Hino Nacional do Brasil quando meditamos o que diz cada palavra, cada frase,
cada estrofe, sem enveredarmos para a indignação. Este é o panorama que nos
permite compreender as palavras do Estudante A.P.: “Belo, grande, imenso/Como a
natureza belo/ E, singelo e a vida como as águas cristalinas/ Como o riso da
criança/ Mas a falta de estudo/ A simplicidade abate/ A criança com os olhos
tristes/ E amargura de solidão/ Isto preocupa a sociedade/ Pois sabe que está
pode ser um futuro ladrão/ Mas quem não consegue/Trabalhar e precisa roubar/
Para se sustentar/ A vida favorece o roubo e o tráfico/ Porém eu digo: vai
levanta a cabeça/ Deixa o passado para trás/ Não se importe com a sociedade/
Que olha o passado para te julgar/ Sem perceber que não teve independência para
o povo/ Somente ricos tiveram independência/ Ficamos abismados com a violência
que sofre o povo/ A revolta é plantada pelo tapa/ desferido pelo soldado/ A
sociedade discrimina o pobre/ Pelos seu modo de se vestir/ E o jeito de falar/
Mas não sabe da capacidade que ele tem/ De se expressar e de mudar.
Em 1822 o Brasil deu o seu grito de “independência ou
morte” e este ecoa nos dias atuais carente de concretude. Apesar dos esforços, chegamos
à contemporaneidade com um número considerável de cidadãos diminutos. Na era do
conhecimento o analfabetismo funcional representa uma contradição. A falta de
uma educação sólida faz com que os falsos representantes da população continuem
a serem eleitos e reeleitos. É longo o caminho de mobilização capaz de promover
a tão almejada revolução social. Infelizmente os analfabetos e os iletrados
favorecem o deleite daqueles que buscam enganar o povo a cada pleito eleitoral.
Na Grécia Antiga, o cidadão era livre para participar
e decidir os rumos da cidade. O diálogo e o interesse pelos rumos da polis era uma constante. Hoje é emblemática
a reflexão sobre a independência, pois a inércia do cidadão favorece o monólogo
e a falta de educação viabiliza a manipulação.