Na sociedade
democrática, costuma-se dizer que o voto consciente é uma das mais importantes
ferramentas para acirrar e fortalecer a democracia. A exaustão se tem
dissertado sobre o “voto útil”, porém pouco se tem falado acerca do “voto
inútil”. A razão disso tudo, talvez seja porque até mesmo o voto considerado
útil, volta e meia, se torna um voto inútil. E quais são os motivos para que
isso aconteça?
Observa-se
com frequência que os pensadores da política partidária consideram natural
persuadir o eleitor para que vote nos candidatos com chances reais, de acordo
com pesquisas pré-eleitorais. A revelia, lobistas de políticos de carreira,
especializam-se na conquista pelo sufrágio universal. Com argumentos eloquentes
convencem que a opção do eleitor beneficia o candidato “Astrogildo” que apesar
de não merecer, apresenta-se como o candidato mais cotado para o pleito na
determinada legenda.
Assim sendo, se
polariza as eleições entre o “A” e o “B” e, consequentemente, os cidadãos, no
exercício pleno de seus direitos políticos, são induzidos a votarem nos
candidatos que lideram nas pesquisas e não naqueles que aparentemente não tem
chance alguma. Ganha musculatura a ideia do “não perder o voto”. Diga-se de
passagem, tal reflexão, trata-se de um tremendo despautério.
Por outro lado,
é certo afirmar que os detentores do poder econômico facilmente encomendam pesquisas,
além de negociarem visibilidade tendo como escopo a indução pró-voto. Não é por
acaso, que seguidamente, as pesquisas não dão certo, falham. Elas são
realizadas por amostragens que nem sempre refletem a universalidade da
realidade.
Vale dizer, que
uma eleição não é uma partida de futebol, onde jogam o Cascavel, o São Paulo, a
Seleção Brasileira. Não importa se é um jogo que vale a Taça: Libertadores da
América, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo. O time vencedor tem todo o
direito de comemorar após a vitória, seja o jogo que for.
Entretanto,
as disputas pelo voto não podem se reduzir a um campeonato de várzea. O voto
vale educação, saúde, respeito ao contribuinte, transparência nas ações tanto
do legislativo quanto do poder executivo. O eleitor consciente é penalizado
juntamente com o eleitor que ainda não compreendeu que o “voto não tem preço,
tem consequência”.
Todo
cidadão precisa interessar-se pela política, afinal, a política encontra-se
relacionada com a sociedade, com a economia. Tudo é política, exemplo disso o
noticiado recentemente pelo Tribunal de Justiça (TJ) que “considerou,
liminarmente, que a Lei 5.983, que está em vigor na cidade de Cascavel desde
2012, é inconstitucional. Isso significa que a Cettrans (Companhia de Engenharia
Transporte e Trânsito) está desobrigada de avisar os motoristas onde há radares
e furões em semáforos. A relatora, Regina Afonso Portes, considerou que o
Município não tem competência para legislar sobre trânsito, sendo uma
incumbência da União”. Portanto, vê-se que o que está ruim para os que utilizam
o trânsito cascavelense, ficará ainda pior.
Diante desta
temática, graças ao distanciamento do cidadão dos debates, no município de
Cascavel, no Brasil e no mundo, temos inúmeros exemplos de maus políticos
eleitos com o voto de eleitores desavisados.
Agora, estouram
manifestações de repúdio contra a corrupção dos políticos por todo país: umas
pacíficas e outras com atos de vandalismo. Porém, estes são um reflexo de uma
população que ainda não aprendeu a votar. Com isso, quem perde é a cidadania
responsável.