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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Por mais eleitores e por mais formação política




O legado de boa parte de nossos representantes políticos não tem sido favorável para reverter o preconceito na política que impera na maior parte da população. Os escândalos inescrupulosos de corrupção contribuem definitivamente para a manutenção da miséria em que vive grande parte dos trabalhadores (com e sem trabalho). Este corolário tem suscitado o crescimento de campanhas em favor da moralidade, da ética e dos bons costumes. Enquanto isso, o político por profissão, “de carteirinha”, “o testa de ferro” aumenta sua musculatura e no contraponto quem perde é o cidadão comum que ainda estufa o peito para dizer que odeia a política. Mal sabe ele que está atitude deixa o trânsito livre para políticos corruptos ampliarem seus privilégios.
Ouve-se com regularidade indivíduos gabarem-se por não buscar debater e, consequentemente, compreender um pouco mais do significado da política. Na sala de aula, na rua, no supermercado, no consultório médico, na farmácia, na padaria, no lago municipal, o direito de votar conquistado com muita luta e sangue pelas classes historicamente menos favorecidas é desvalorizado. Lamentavelmente, presenciamos o distanciamento da reflexão política (pautada no seu dever ser) entre as pessoas do senso comum e por muitos daqueles que frequentam os espaços da academia.  É a banalização daquilo que é fundamental. Em contrapartida - às relações políticas engendradas a partir das relações sociais - se evidencia a centralização do poder-político nas mãos de indivíduos egoístas (e seus favorecidos) em prejuízo ao coletivo da sociedade.
            Neste entendimento, toda campanha que vise fomentar a discussão política é bem vinda e necessita ser enaltecida. A torcida é para que Cascavel alcance a marca dos 200 mil eleitores e garanta a possibilidade de um segundo turno para as próximas eleições. A Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC) em parceria com várias entidades de classe tem se empenhado para que esta meta seja atingida. Um segundo turno irá favorecer o aprofundamento da discussão em torno de temas que para a qualidade de vida do cidadão cascavelense é crucial. Entre os quais, destaca-se a construção do shopping sobre as nascentes do Rio Cascavel, a manutenção do asfalto em diversos bairros e a falta dele, a “novela” dos uniformes escolares, a não conclusão do contorno oeste etc.
            Calcula-se que com um pouco mais de 1.800 eleitores Cascavel entre para o grupo das cidades (Curitiba, Ponta Grossa, Londrina e Maringá) onde pode ocorrer um segundo turno. Corrobora nesta direção o projeto Escola Cidadã do NRE e a adesão das escolas particulares. A projeção é de que estudantes e moradores do bairro serão agraciados com um ônibus para se deslocarem até o Fórum Eleitoral. Tudo isso para que o município ganhe maior visibilidade nacional e consiga ter melhores condições para conquistar mais recursos.
            Para finalizar, vale recordar que pesquisas espontâneas indicam que cerca de 80% dos eleitores ainda não fizeram uma análise de conjuntura da disputa política em Cascavel. Que ao lado da comemoração pelo aumento da emissão de títulos eleitorais venham outros projetos que visem propiciar a formação política aos jovens, adultos e de melhor idade que votam por convicção. Enseja-se ainda que candidatos novos apareçam na disputa, principalmente para prefeito, e que tenham um passado inconteste. Que a utopia em favor da moralização política possa finalmente ganhar concretude na direção de uma nova sociedade.

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