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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Avaliação escolar, Estado e Sociedade




O debate acerca da avaliação, apesar de não ser novo, é atual ao considerarmos que ela pode promover (ou não) uma educação para todos e de melhor qualidade. Que estes escritos possam explicitar um pouco, dentre outras coisas, a relação que há entre a avaliação e aprendizagem. Para os documentos oficiais a avaliação classificatória tornou-se diagnóstica na medida em que seu papel precípuo é contribuir para que os estudantes se apropriem de todo conhecimento.
À grosso modo a avaliação pode ser concebida como aquilo que está presente em todas as atividades humanas. Com efeito, quando o sujeito acorda pela manhã ele avalia a temperatura, a umidade do ar, que roupa irá vestir. Ao escolher a escola para os filhos os pais se empenham para procurar a que melhor se adapte aos seus anseios. Nesta perspectiva e tendo presente que o processo avaliativo coincide com a própria vida, pergunta-se: por que a avaliação vem sendo questionada nesses últimos anos? Por obséquio é preciso afirmar que nada se entende fora do processo histórico. Assinala-se, deste modo, que a escola já nasceu como um processo de avaliação. Sua função é levar o estudante a alcançar o aprendizado. Sendo assim, a avaliação tem que ser útil, no limite, para o aluno.
            Portanto e com base nas fontes historiográficas, convêm destacar que a escola dos anos 50, 60 era boa, mas a questão é que ela abarcava um número reduzido de estudantes. Hoje a grande maioria encontra-se inserida nos bancos escolares e a sociedade hodierna tornou-se, por demais, complexa. Ora, se partirmos da premissa que o papel da escola é formar o indivíduo para o exercício pleno da cidadania. Que sua função social é a transmissão, produção e socialização do conhecimento. Logo, os questionamentos acerca da avaliação ligam-se às indagações que se referem ao processo educativo no seu dever ser.
Ninguém discorda que a avaliação é fundamental para o planejamento e melhoria do sistema educacional. Dentro de um processo de gestão democrática a avaliação tende a ser reconhecida como um instrumento pedagógico que auxilia no desempenho de aprendizagem dos alunos e na prática docente eficiente. Contudo, não pode ocorrer o avaliar por avaliar. Enquanto ferramenta (Saeb, Prova Brasil, Enem, Pisa) são instrumentos fantásticos e ficarão melhores quando levarem em consideração as condições materiais em que o processo de ensino-aprendizagem acontece. Todavia, se após os resultados não forem realizados os investimentos necessários será igual “plantar melancia na beira da estrada”. Ou seja, com recursos pífios a “colheita do saber” fica comprometida e nem é preciso realizar testes para verificar essa realidade.
            De acordo com o Portal de “Transparência Brasil” os recursos públicos destinados, inicialmente, para a Copa do Mundo de 2014 ultrapassam os R$ 40 bilhões e ficam muito acima dos R$ 14 bilhões investidos na educação. Conclui-se, por conseguinte, que a educação não é prioridade. Até quando o Estado vai restringir-se a oferecer aporte técnico e não financeiro? Será que o problema é sempre de gestão?
Nos diversos momentos o ser humano é pesado/medido/avaliado e considerado suficiente/insuficiente, apto/inapto, aprovado/reprovado. As ações tomadas em âmbito particular incidem no coletivo para o avanço ou retrocesso. Que neste ano possamos exercitar bem o nosso poder de avaliação e elegermos representantes na esfera política local que sejam dignos de respeito.

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